Voluntários em rede: mutirão permite menina de 2 anos voltar para a família

O programa Voluntários em Rede oferece anualmente aos colaboradores da Cyrela a oportunidade de apresentarem projetos de organizações sociais para receber um aporte financeiro. Em 2019, uma emocionante história indicada pelo engenheiro de obras da Cyrela, Alex Gonçalves, conquistou a todos e culminou no retorno da pequena Kiki, de apenas 2 anos, para o lar da família. Conheça a seguir mais sobre o projeto vencedor deste ano do Voluntários em Rede.

Intitulado Re.juntar, o projeto contemplado em 2019 é um dos desenvolvidos pela entidade Base Colaborativa, que tem sede em São Paulo (SP). O projeto consiste em reformar casas de famílias que contam com crianças e adolescentes em situação de risco. A organização busca, por meio de parcerias com outras instituições, apoio financeiro para as reformas. O Re.juntar então faz toda a gestão da reforma das casas, além de conduzir toda a seleção e treinamento de voluntários para as reformas.

Por meio do incentivo do Instituto Cyrela, em 2019, foi possível realizar a reforma da casa da Marleide, avó da pequena Kiki. A menina foi deixada pela mãe, quando estava com apenas 4 meses de vida. A avó paterna de Kiki solicitou então a guarda da menina, mas o Conselho Tutelar apontou a inviabilidade da estrutura da casa para que a criança vivesse em segurança. Kiki então foi destinada a um abrigo em São Paulo.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, cerca de 47 mil crianças moram em abrigos no Brasil – e algumas delas não conseguem voltar para casa devido à falta de estrutura física de moradia.

A reforma contou com a participação de cerca de 80 voluntários que fizeram com que a emocionante história chegasse a um final feliz: a volta da Kiki para a família. O novo lar ganhou qualidade de vida, tornando-se mais seguro e arejado, permitindo que a justiça autorizasse o retorno da menina.

Inscrição no Voluntários em Rede

Alex, o responsável pela indicação do projeto Re.juntar para o Instituto Cyrela, fala sobre a sensação de contribuir para unir uma família novamente. “A sensação é muito boa, saber que pude contribuir para reunir uma família novamente é sensacional. Foi muito por acaso que aconteceu isso na minha vida. A minha namorada, Julia Freitas de Souza, tinha interesse de participar de uma ONG. E então recebi um ‘Informa’ falando da campanha da Cyrela que iria custear uma ONG que tivesse um propósito legal e calhou de ela conhecer essa ONG”, relembra.

Alex e Julia foram então pessoalmente conhecer os projetos e trouxeram a reforma da casa da Kiki para o Instituto Cyrela. Assim, teve início uma campanha, em parceria com a equipe do Re.juntar, até que foi alcançado o objetivo. “A Base Colaborativa, além do Re.juntar, tem outras ideias bem legais. São pessoas que têm suas particularidades, vidas, profissões, e estão ali porque querem fazer a diferença na vida de alguém”, declara Alex.

Mão na massa

O projeto Re.juntar conta com engenheiros e arquitetos. O juiz do caso da criança ou adolescente envolvida informa, através do processo, quais os problemas que a casa apresenta e que impedem a volta para o lar. “No caso da Kiki, os principais empecilhos eram a questão da ventilação e uma escada muito perigosa, além da fiação elétrica ser muito solta, levando em consideração que a criança tem apenas dois anos”, revela a voluntária Camila Abreu Lima, uma das organizadoras do projeto de reforma.

A inscrição dos voluntários, que não faziam parte da Cyrela, foi feita através de um formulário online. Em seguida o pessoal da organização selecionou as equipes responsáveis por cada etapa, por exemplo, pintura, revestimento, limpeza e entulho e outros trabalhos envolvidos. “No formulário colocamos a opção, mas nem sempre será exatamente o que a pessoa escolheu, porque muitos podem escolher a mesma atividade. Então fizemos um sorteio para definir a área de atuação de cada voluntário”, explica Camila.

A voluntária ressalta que, antes do mutirão realizado em um final de semana, foi obrigatória a presença dos voluntários em uma reunião no local onde aconteceria a reforma. No encontro, foram definidas e explicadas todas as etapas e os participantes receberam as orientações necessárias. “Então separamos e indicamos quem seriam os líderes e eles já passaram algumas orientações sobre o que cada um iria fazer para que o pessoal chegasse preparado”, relembra.

Alguns desafios foram encontrados durante a reforma da casa da família da Kiki. “Tivemos um problema com o tempo. Existe uma pré-obra, que dura um mês, e depois o mutirão para finalizar a casa. A pré-obra acabou demorando um pouco mais e ainda não estava tudo totalmente pronto para o mutirão”, relata a voluntária.

Depois da conclusão da pré-obra, durante a reforma surgiu um imprevisto com a parte elétrica. “A sorte é que coincidentemente as pessoas que estavam filmando o projeto para fazer o vídeo depois fizeram engenharia elétrica. Com isso, eles conseguiram ajudar e fizeram todo o quadro elétrico da casa”, diz Camila, explicando que inicialmente apenas um dos voluntários era especialista na atividade, o que inviabilizaria a conclusão em tempo.

Emoção

Camila fala sobre a emoção com o resultado alcançado. “É sensacional para os voluntários que participam do mutirão, pra gente que faz tudo aquilo acontecer. O resultado é gratificante. É como dizemos para a família: estamos fazendo isso por vocês, mas a maior transformação é pra gente mesmo”, relata. Ela lembra que, finalizada a reforma, simplesmente sentou ao chão e chorou emocionada.

A voluntária ressalta que somente após a conclusão das obras e aprovação da reforma a criança é autorizada a voltar, e esse momento completa a ação. “É muito gratificante e transformador”, complementa. Camila afirma que a reforma seria inviável sem o apoio do Instituto Cyrela, uma vez que abrangeu a casa toda, o que torna o valor elevado. “A questão da captação de recursos, sabemos o quanto a cultura da doação é complicada no Brasil. Então essa é também uma oportunidade de apresentar o projeto para que as pessoas conheçam”, diz ela. “O próprio pessoal da Cyrela passou a se interessar pelas causas, nos seguindo no Instagram e buscando mais informações sobre o projeto”, completa.

Camila dá uma dica importante: ser voluntário do Re.juntar necessita de muita força de vontade. “É agarrar a causa com o coração, sentir essa causa com força de vontade e querer colocar a mão na massa. Queremos que a criança tenha um porto seguro. Lar é onde o coração está, que é o diferencial do nosso projeto”, conclui a voluntária e organizadora.

Para obter mais informações sobre o voluntariado com o projeto Re.juntar e outros desenvolvidos pela Base Colaborativa basta acessar o Instagram: