Transformação por meio do voluntariado

Live para finalizar o DAV 2020 contou com a participação de Fabio Silva, empreendedor social criador do Transforma Brasil

Criador do Porto Social – a maior incubadora e aceleradora de projetos de iniciativas sociais do Brasil – e do projeto Transforma Brasil, o empreendedor social Fabio Silva dedica-se há 10 anos ao desenvolvimento de iniciativas sociais focadas em transformar comunidades no Brasil e no mundo. Com uma inspiradora história de encontro de propósito, ele foi o convidado para a live que finalizou as ações do DAV em 2020, na Cyrela.

Fabio emocionou a muitos dos participantes com a história de envolvimento com o voluntariado e como isso transformou de forma significativa não só a vida dele, mas mais de 100 mil pessoas pelo mundo. Que esse legado fique presente: fazer o bem nos transforma. Confira alguns detalhes desta caminhada na entrevista a seguir:

COMO FORAM OS SEUS PRIMEIROS PASSOS NO VOLUNTARIADO?

“O meu envolvimento com o voluntariado começou a partir de uma grande enchente que acontece no estado onde eu vivo, em Pernambuco. 50 mil pessoas perderam absolutamente tudo e a gente decidiu fazer uma campanha para ajudar essas famílias. Nessa campanha, nós arrecadamos 7 caminhões de colchões. Então meu início no trabalho voluntário acontece a partir de uma dor da população da minha região, ou seja, um senso de pertencimento. Quem vive na minha região é meu ‘irmão’. Então, eu precisava fazer alguma coisa para ajudar meus irmãos que haviam perdido tudo a partir de uma enchente.

A partir dessa primeira experiência, tanto de participar como voluntário, mas mais do que isso, de mobilizar centenas de pessoas para fazer sua doação financeira ou sua participação, eu comecei a mergulhar mais no mundo do voluntariado, do engajamento e da doação. Isso aconteceu no ano de 2010 e a partir daí a gente começou a criar vários projetos para que as pessoas pudessem ter experiências voluntárias. Começamos a entregar cadeiras de rodas em comunidades muito pobres, a furar poços no sertão do Nordeste. Entregar a oportunidade das pessoas se engajarem e participarem.

Isso foi crescendo e foi saindo da minha cidade, invadindo outras cidades do Brasil, como Campinas (SP). Teve gente ligando para pedir o nosso apoio de como implantar o trabalho voluntário na cidade. Em Petrópolis (RJ) foi a mesma coisa, em Florianópolis (SC) e em várias capitais do Nordeste. Então, a partir do meu engajamento e do meu envolvimento com o trabalho voluntário, percebi que a gente poderia despertar e ajudar outras pessoas a seguir e a doar.

COMO OCORREU ESSA MUDANÇA DE CHAVE? COMO FOI SAIR DO MUNDO CORPORATIVO E SE DEDICAR CADA VEZ MAIS AO VOLUNTARIADO E AO TRANSFORMA BRASIL?

Foi um processo natural e uma escolha de vida. Eu já tinha vivido a “vida do ter” e agora eu me encontrei com a “vida do ser”. Então foi muito natural. Foi acontecendo e de repente já era a vida que eu queria viver.

TORNOU-SE UM PROPÓSITO ENTÃO, FABIO?

Exatamente. Na verdade, a gente nunca acredita que podemos de fato causar uma enorme transformação, né?! Mas quando você começa a se engajar e a se envolver, percebe que as coisas acontecem. A vida de uma pessoa é transformada, a vida de uma comunidade é transformada e quando essas coisas vão acontecendo vai se materializando o seu grande pagamento, que não é mais o financeiro, mas o pagamento da transformação. Se materializa esse ‘papo de vamos mudar o mundo’. Porque esse papo é muito intangível. Diferente de uma aplicação financeira, da compra de um imóvel, de uma viagem…

Mas quando você começa a se meter nesse negócio e o mundo é de fato transformado, você diz: ‘Caramba! Esse negócio é um capital gigante!’. E você quer mais! Porque vê gente que não tinha educação passar a ter acesso à educação, quem não tinha acesso à saúde passar a ter. Gente que estava há muitos anos aguardando numa fila por uma oportunidade, um serviço, um bem e agora tem, a partir da própria sociedade civil que se engaja, faz uma campanha e cria uma solução para resolver um problema daquela rua, bairro ou família. Você vai, pouco a pouco, mas é um processo que só tende a crescer.

VOCÊ JÁ CHEGOU A PARTICIPAR DE ALGUM DAV DA CYRELA?

Não, nunca tive essa experiência. Já tive a experiência de participar de vários dias. No Dia Nacional do Voluntariado a gente faz uma grande ação em todo o Brasil. No Dia Internacional do Voluntariado, a gente hoje participa de uma rede que promove ações em vários lugares do mundo. Participamos de muitas ações voltadas para rede de impacto social. Mas ainda não participei de nenhum DAV. Mas quem sabe em 2021?!

E COMO O SEU CAMINHO CRUZOU COM A DA CYRELA?

A minha relação nasce quando o Transforma Brasil começa a fazer um trabalho nacional muito reconhecido. E aí eu recebo uma ligação de um casal de amigos que gostaria muito de me apresentar para que o Dr. Elie Horn conhecesse o meu trabalho. E foi aí a aproximação do Transforma Brasil com a Cyrela, o Movimento Bem Maior e o próprio Dr. Elie.

PARA FINALIZAR, QUAIS OS PRÓXIMOS OBJETIVOS?

A ideia é criar em São Paulo a mesma estrutura que nós temos em Recife. Nós temos um local, chamado Porto Social, que hoje é a maior incubadora e aceleradora de projetos de inciativas sociais do Brasil. Nesse mesmo espaço acontece o Transforma Brasil e também estão várias inciativas sociais que precisam de um local para causar transformação e impacto.

Então a nossa ideia para 2021 é criar esse espaço muito similar em São Paulo. Nós já temos um local para realizar isso e já temos um parceiro também. A nossa ideia é colocar esse projeto de pé para também colaborar com a transformação de impacto social da cidade do estado de São Paulo.

Para saber mais:

Acesse: nossacausa.com/transforma-brasil